João Marques* | Garanhuns, 2023
Do barro saem as pedras
de vento e de chuva
e irrompem as árvores
com flores e pássaros
os meus pés florescem
remoçados e descalços
e dão raízes nos passos
as paredes giram as sombras
as tardes deslizam
do barro seco e das pedras
rios escorrem do fogo
e as praias estendem
ao sol de areia seu corpo nu
subsisto do barro
com o chão de vida
a alma do ser
e a poesia construção
da abstração da existência.
*João Marques dos Santos, natural de Garanhuns, onde sempre residiu, poeta, contista, cronista e compositor. Teve diversas funções nas atividades culturais da cidade: foi Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, durante 18 anos, Diretor de Cultura do Município, foi presidente da Academia dos Amigos de Garanhuns - AMIGA. Compôs, letra e música, o Hino de Garanhuns. Manteve, desde 1995, o jornal de cultura O Século. Publicou quatro livros de poesia: Temas de Garanhuns, Partições do Silêncio, Messes do azul e Barro. João Marques desencarnou em 22 de setembro de 2024.
Nenhum comentário:
Postar um comentário