Adelmar Tavares de Lira*
Garanhuns!
Caminho pela Rua do Recife
Em passos repletos de memória,
Revivendo infância e puberdade.
Sinto a névoa úmida da saudade
Cobrindo casas e paisagens.
Piso calçadas de muitos caminhantes,
A reconstituir fatos de outrora:
Ainda é a mesma arquitetura,
Que preserva o amor ao belo,
Nas antigas e aconchegantes formas
Que às flores se misturam
Estendendo amplo lençol bordado
Na expressão de um tomantismo impar,
Onde um beiral rendado
Faz o colarinho arquitetônico da casa,
Que se impõe, mesmo isolada,
Entre formas avançadas e frias
Que subjugam o homem ao espaço,
No duelo entre o tijolo e a vida.
Com fisionomia repousante
A velha casa abre os braços
E num piscar de janelas
Deixa enamorado o viandante.
Garanhuns, 19 de Janeiro de 1980.
Nenhum comentário:
Postar um comentário