O Bairro de Heliópolis foi criado em 1925, pelo então prefeito Euclides da Costa Dourado
Na época o nobre prefeito já imaginava e pensava no futuro, e planejou o bairro para o nosso hoje com largas avenidas e muito verde.
Sem dúvidas, este é o bairro mais completo e com uma infraestrutura que dispensa comentários. Não é a toa que o bairro é considerado o cartão postal de entrada da cidade. Nele tudo tem, é de fato o bairro mais nobre de Garanhuns que se destaca pelo grande centro gastronômico, rede hoteleira, centro médico e conta com três agências bancárias. O bairro foi realmente projetado, e hoje é que enxergamos a sua beleza, suas obras arquitetônicas do passado e do presente, sem falar na grande área de lazer do Parques Euclides Dourado.
Existem ainda, dezenas de edificações daquela época que ainda resistem, como é o prédio de A Lojinha do Sr. Daniel que em seu interior mantém o mesmo mobiliário de cerca de 80 anos atrás. Muitas foram demolidas para dar lugar ao novo, como em toda a cidade, o bairro sofre por edificações esplendorosas deixarem de existir.
A ORIGEM
No ano de 1925, o missionário Presbiteriano Rev. Dr. George William Taylor, conseguiu da sua missão a verba necessária para a construção do Edifício do atual Colégio 15 de Novembro. O local escolhido foi o atual, porém, naquela época ocupado por uma rua de casinhas humildes, chamada de Rua do Alecrim. O Dr. Taylor, prontificou-se a adquiri-las indenizando-as aos seus proprietários, pelo preço por eles estipulado.
Entretanto havia um contratempo, que consistia na dificuldade de ser conseguir outro local onde se instalassem. O então Prefeito do Município, Euclides Dourado, que, pelo seu amor a Garanhuns, nunca deixava sem solução, durante seu mandato, qualquer problema afeto à Prefeitura, convidou o Sr. Leonilo Ferreira do Nascimento, construtor com algum conhecimento de engenharia, a fim de ambos, percorrendo a antiga estrada que ia para Frexeiras, descobrirem um local apropriado para a transferência dos moradores da Rua do Alecrim
“Nesta planície é que deveria ter sido iniciado o povoamento da cidade”, disse o prefeito. “E porque o Senhor não funda outra cidade nela?” pergunta Leonilo Ferreira. “Sei lá… bem, vou pensar nisto”, respondeu Euclides Dourado.
Na noite daquele dia o Prefeito não conseguiu dormir direito. Não lhe saia da imaginação aquela enorme planície abandonada e aquele belo monte de onde se descortina panorama tão magnífico. Via, em imaginação, aquela planície toda cortada por ruas e avenidas e, entre elas uma, a principal, em alinhamento com a Rua do Recife.
No dia seguinte convidou o seu conterrâneo e amigo Dr. Ruber van der Linden, a quem expôs o plano de aproveitamento daquela enorme área.
Quando, com a abertura da atual avenida Rui Barbosa, se tornou possível a subida de um automóvel ao cume do Monte Sinai, em uma das idas até lá, o Prefeito se fez acompanhar do seu filho, Dr. José Maria Dourado. Lá em cima, contemplando o belíssimo panorama e o adiantamento dos trabalhos na planície, já com várias avenidas abertas e loteadas, tudo iluminado por esplendoroso sol de verão, pergunta Euclides Dourado ao seu filho: “Diz lá… que nome devo dar a isto?”. Surpreendido com a pergunta, pensa um momento o rapaz, e vindo-lhe à memória reminiscência da História Grega, respondeu: “Heliópolis”.
“Heliópolis, Heliópolis...” resmunga o pai. “Sim, Heliópolis...” retruca o filho”. “Não vê o Senhor como o sol ilumina toda planície?”
“Está bem,” diz o pai, “Será Heliópolis mesmo”. Mas algum tempo e ficaram prontos os trabalhos de demarcação e loteamento.
Para adquiri-los bastava fazer uma petição ao Prefeito, e as únicas despesas que tinham os candidatos eram os selos da petição e o registro da concessão no cartório.
Os proprietários das casinhas da Rua do Alecrim tiveram, cada um, um lote com dez metros de frente a mais a ajuda na construção da sua nova moradia.
Deu-se início então, em 1926, as construções mais importantes do novo bairro: O Colégio 15 de Novembro e o Sanatório Tavares Correia.
É de notar-se que, não obstante todas as facilidades concedidas pelo prefeito, não eram muitos os que requeriam terrenos e a maioria daqueles que o faziam, limitava-se a murá-los sem darem início às construções. “É muito longe do centro da cidade e não dispomos de automóveis”. Era estas as palavras que se ouvia da maioria.
No dia 1º de março de 1930, o prefeito Euclides Dourado, surpreendeu a cidade com uma nova iniciativa: Chegava a Garanhuns o Sr. Enrique Torres, vindo da capital do Rio Grande do Norte, com seis micro-ônibus, com a capacidade de transportar dezenove passageiros cada um, já com a denominação de “Empresa Auto Viação Garanhuns”, gravada na parte traseira de cada uma unidade.
A referida empresa, em quatro meses depois passou para outro proprietário e teve a sua denominação substituída por “Serviço Urbano de Transportes de Passageiros”, muito concorreu para o desenvolvimento do Bairro de Heliópolis, até que se extingui no final do ano de 1956. Contudo, apesar desse grande melhoramento urbano, o crescimento do bairro ainda deixava muito a desejar, até que o Dr. José Maria Dourado, seguindo o exemplo do seu pai, deixando a vida inativa que vinha levando resolveu dar início a um empreendimento digno de sua pessoa. Iniciou a construção de modernas residências para serem vendidas em módicas prestações mensais a longo prazo.
E grande foi o número destas construções. Não satisfeito, ainda construiu o edifício do Cine Eldorado e grande quantidade de prédios destinados ao comércio. Finalmente dotou o Bairro de Heliópolis de quase tudo que se fazia necessário à sua vida regular.
Essa iniciativa serviu de incentivo a vários outros que também iniciaram a construção de suas casas de residência, e hoje temos o aristocrático bairro, orgulho dos garanhuenses.
É nosso dever evidenciar os serviços prestados em prol do desenvolvimento de Heliópolis, pelo senhor Eronildes Rodrigues da Paixão com a construção de casas populares para aluguel.
Entre os moradores da Rua do Alecrim, que foram os primeiros habitantes do bairro, havia uma senhora negra bem velha, muito simpática, que vivia da caridade pública e devido ao seu bom humor e boas maneiras gozava de estima de grande número de pessoas. Quando da desapropriação dos moradores e transferência para novo local, devido ainda ao seu estado de miserabilidade, Euclides Dourado deu-lhe uma casinha nova para residência o que foi motivo de grande admiração de sua parte por aquele homem tão generoso. Quando vinha à cidade em busca de auxílio, se alguém lhe perguntasse onde estava morando agora, ela respondia cheia de gratidão: Moro no Arraiá do Seu Ocridio” e assim ficou o novo bairro com este apelido. (Fonte: História de Garanhuns | Alfredo Leite Cavalcanti e Jornal Cidade).
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