sábado, 18 de janeiro de 2025

Reflexões

Dr. Aurélio Muniz Freire* | Garanhuns, 18/11/1978

Sensibiliza-nos o drama de sua vida, ciente como estamos das acerbas experiências por que atravessa. Que fazer, pergunta-se. - Revista-se da calma necessária ao reequilíbrio. Sem tranquilidade nas atitudes; sem conformação em nossas vidas, tudo se transforma em noites de amarguras, em canseiras de angústias. Seria um caminho de ansiedade sem nome...

Em tudo há um porém. Valha-se da oportunidade que o existir lhe oferece. Sem desespero, paramos e pensamos. Seu pensamento (feito silêncio) tem respostas profundas às suas indagações. Primeiro ele lhe diz da inexistência do acaso. Depois, por consequência, afirma a tudo presidir uma razão de ser.

Em cada canto, estão as lições às nossas vidas. Não ignoramos as ofensas e as injustiças, das quais você se afirma grande vítima. No entanto, se não soubermos tomar as pedras que nos oferecem, como objeto de construção, seremos inúteis à própria vida. Talvez o seu silêncio já lhe tenha segredado uma outra verdade. É que, quando atiramos contra outrem, - as explosões da nossa violência, somos os primeiros a ser por elas atingidos. Isto não é uma reflexão necessária à nossa conduta?

Você se queixa. Reclama. Lamenta-se. Acusa. E, de quem a culpa? - Nada recebemos, senão na exata proporção do quanto merecemos. Se não fazemos jus a melhores créditos, não poderemos sorrir com a vida. Esta, qual eterno sorriso de criança é sempre alegre e indiferente à nossa imaturidade. Se a tudo apanhamos com dificuldades e tropeços; se a problemas, somamos outros problemas, maiores entraves recebemos. "Quem semeia ventos, colhe tempestades", não é a voz do refrão?

Nada vem por acaso. É lição bem repetida. Há um encadear de fatos e de acontecimentos. Tudo isto se situa como suporte de outros fatos. É uma sucessão infindável. Estas coisas despertam a nossa atenção para maiores reflexões. Do contrário, deixamo-nos vencer pelo desajuste. O desequilíbrio seria o charco, onde quase vivemos a nos coisificar.

Com frequência, fazemos os nossos problemas, bem maiores que realmente são. Nossas tristezas, as mais tristes que todas. Mas, há um pouco de sol em cada um de nós. Sim em você também. E, sol e vida. É esplendor. Luz. Seus reflexos batem e penetram nos pantanais de nossas vidas. Que acontece? - O sol é sempre o mesmo. Puro, nos seus raios. Brilhante, em sua majestade. Caminha todos os caminhos... Não se suja.

*Jurista, escritor e cronista.

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